Mesmo contrariando o governador Ibaneis Rocha, pela saída repentina e sem dar explicações, o deputado Fernando Fernandes teria pedido em troca do apoio político na Câmara Legislativa, os 114 cargos da administração Regional; ter o controle absoluto da Regional de Ensino e do Hospital Regional da cidade, além da administração do Sol Nascente.
Todo o feudo administrativo, reivindicado por Fernando Fernandes, chega a quase 350 cargos, incluídos os cargos comissionados da Regional de Ceilândia que já estava sob o controle do distrital.
Durante o dia de ontem nem mesmo o governador Ibaneis Rocha conseguiu falar com o distrital sobre a decisão de deixar a administração.
O chefe da Casa Civil Valdetário Andrade Monteiro tentou várias vezes falar com o deputado e não conseguiu. O secretário de Governo, José Humberto desistiu após a sexta ligação. Fernandes não respondeu as mensagens e nem deu retorno. Ele ocupava o cargo de administrador de Ceilândia desde o início do governo.
A decisão inesperada de Fernandes pegou o governador de surpresa e afetou a composição da base do governo na Câmara Legislativa.
A suplente de deputada Telma Rufino (Pros), teve que deixar o cargo no momento que havia sido eleita para presidir a Comissão do Feminicídio.
Alguns aliados de Fernando Fernandes, consultado pelo Radar, afirmaram que o deputado não estava satisfeito com a criação da Administração Regional do Sol Nascente e reclamava da nomeação do administrador Goudim Carneiro.
“A única forma que ele tinha para pressionar o governador era voltar para o mandato”, disse um assessor próximo ao deputado.
Segundo ainda informações de bastidores, Fernandes teria ameaçado votar contra os projetos importantes de interesses do governo que tramita na CLDF. A notícia teria chegado aos ouvidos de Ibaneis Rocha.
O governo reagiu. A nomeação de Marcelo Cunha, como novo administrador de Ceilândia, publicada hoje no Diário Oficial, foi uma resposta dura contra as pretensões de Fernandes que queria deixar em seu lugar o chefe de gabinete Cláudio Ferreira Domingues.
Funcionários da Administração de Ceilândia informaram ao Buriti que o deputado estaria arregimentando aliados para protestar na próxima segunda-feira contra o novo administrador.
Na Câmara Legislativa, segundo ainda informações, o distrital fará um limpa no gabinete, a começar pelos comissionados ligados a Telma Rufino como ato de retaliação. A suplente é amiga pessoal do governador.
Procurado pelo Radar, o deputado não atendeu as ligações.