Sob clima de desconfiança entre as Casas e com acusações de ambos os lados, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), decidiram cancelar uma reunião, na noite de quarta-feira (23), para discutir o projeto de lei da anistia.
O encontro havia sido anunciado pelo relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), após uma série de encontros com bancadas.
Após o enterro da PEC da Blindagem, no Senado, deputados temem reação semelhante sobre o projeto que alivia penas para os condenados pelos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023 e que deverá beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também com redução de pena.
Nos bastidores, deputados avaliam que a relação com o Senado está ruim, sob acusação de que a Casa descumpriu acordo sobre o avanço da PEC da Blindagem. Segundo interlocutores, Alcolumbre não confirmou se houve compromisso com a Câmara. A jornalistas, restringiu-se a dizer que conversa com Hugo com frequência.
No entorno de Hugo, a reação é de inconformidade com Alcolumbre. Na quarta, o líder do PP, Dr. Luizinho (AL), disse que a Câmara está “exposta” após rejeição sumária da PEC da Blindagem no Senado.
Some-se a isso, a aprovação, pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, do projeto que isenta do IR (Imposto de Renda) contribuintes que ganham até R$ 5.000. A decisão pressiona a Câmara a votar o projeto do governo sob o mesmo tema.