O forte esquema de segurança projetado pela FAB (Força Aérea Brasileira) durante a Cúpula do Brics, que acontece no Rio de Janeiro entre este domingo (6) e segunda-feira (7), conta com uma das operações mais complexas da aviação militar: o reabastecimento de aeronaves em pleno voo.
Segundo a FAB, o Brasil está entre os poucos países do mundo que possuem a capacidade estratégica de realizar o procedimento, usando a aeronave multimissão de última geração KC-390 Millennium, que é capaz de reabastecer tanto caças quanto helicópteros durante o voo.
A operação permite manter os caças em operação contínua por longos períodos e a grandes distâncias. Áreas de segurança e exclusão foram criadas no espaço aéreo brasileiro por conta da Cúpula do Brics, como medida de segurança.
Pelo menos três aeronaves foram interceptadas, entre sábado (5) e domingo (6), na área restrita sobre onde ocorre a Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, pela FAB (Força Aérea Brasileira). Os caças Super Tucano, aeronaves de ataque tático, atuaram nas situações.
Em entrevista à CNN, o tenente-coronel Deoclides Fernandes, comandante do CGNA (Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea), explicou que, quando os Super Tucanos são acionados, os caças acompanham as aeronaves interceptadas e orientam sobre as restrições de sobrevoos.
Segundo a FAB, os caças fizeram duas interceptações de aeronaves que sobrevoavam as áreas de exclusão no sábado. As aeronaves interceptadas receberam orientações para mudança de rota pelos órgãos de controle e acompanhadas por caças A-29 Super Tucano.
A FAB também informou que helicóptero fez um voo irregular e, ao avistar o Super Tucano, saiu da área restrita e pousou em um local isolado.
Conforme o comandante do CGNA, as aeronaves que foram interceptadas obedeceram às orientações. "Eram voos que inadvertidamente entraram, talvez por uma inobservância, isso está sendo investigado, e escoltamos no sentido que saíssem das áreas previstas", afirmou.
Durante todos os dias de reuniões da cúpula, a FAB montou uma operação de segurança de atuação no Rio de Janeiro. O órgão realiza a defesa aeroespacial, além de integrar o Comando Operacional Conjunto Redentor, junto à Marinha e ao Exército.
A FAB também atua com militares na escolta de autoridades pelo Pelotão de Motociclistas da Aeronáutica e apoio do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento em ações antiterrorismo e evacuação rápida de participantes.
Nas ações aéreas, o plano é gerido pelo COMAE (Comando de Operações Aeroespaciais) e o DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). As atividades contam com o apoio de aeronaves A-29 Super Tucano e da aeronave de vigilância E-99.
Segundo a FAB, a estrutura funciona como núcleo estratégico para a coordenação das operações aéreas durante a Cúpula do Brics, com autonomia para autorizar, suspender ou cancelar voos conforme as necessidades operacionais, visando garantir a segurança, fluidez e previsibilidade dos voos na região.