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Vídeo: Reunião da CPI das apostas esportivas termina com prisão de depoente

Segundo a relatora, depoente omitiu informações essenciais e prestou declarações contraditórias sobre a sua empresa

Samuel Barbosa
Por: Samuel Barbosa Fonte: correioweb
30/04/2025 às 08h35
Vídeo: Reunião da CPI das apostas esportivas termina com prisão de depoente

O empresário Daniel Pardim Tavares Lima foi preso em flagrante, ontem, durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, em andamento no Senado. A prisão, pedida pela relatora do colegiado, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), e acatada pelos demais membros da CPI, foi por falso testemunho, após o empresário mentir em depoimento à comissão.

Durante o interrogatório, Pardim negou conhecer Adélia de Jesus Soares, apontada como sócia dele na empresa Peach Blossom River Technology. A companhia, segundo a relatora, é ligada à Payflow, empresa do ramo de pagamentos associada a sites de apostas on-line e investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal por suspeitas de lavagem de dinheiro e movimentações financeiras irregulares.

A senadora afirmou que o empresário omitiu informações essenciais e prestou declarações contraditórias, o que levou à solicitação de prisão imediata. "Demos oportunidades para que corrigisse os relatos, mas persistiu na falsidade", declarou a senadora. O presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR), determinou que a Polícia Legislativa conduzisse o procedimento de autuação.

Soraya Thronicke, que está prestes a apresentar seu relatório final, já antecipou que o texto incluirá diagnósticos, possíveis indiciamentos e propostas para conter a ludopatia — o vício em apostas, que tem afetado a saúde mental de milhares de brasileiros. Com o avanço das investigações, vieram à tona dados alarmantes: indícios de lavagem de dinheiro, evasão bilionária de impostos e a atuação de influenciadores digitais na promoção de plataformas ilegais.

Com um faturamento que chega a centenas de bilhões de reais por ano, as apostas esportivas online se tornaram uma das grandes indústrias do entretenimento no Brasil. No entanto, a falta de regulação clara e a ausência de controle efetivo das plataformas abrem espaço para a atuação de criminosos e grupos organizados, que operam nas sombras do setor. A CPI, em seus encontros, tem destacado os crimes ocultos que acompanham o fenômeno das bets, incluindo lavagem de dinheiro e manipulação de resultados.

O senador Izalci Lucas (PL-DF), membro da CPI, denuncia o tamanho do rombo causado pela falta de regulação no setor. Segundo ele, a ausência de mecanismos eficazes de controle permitiu que mais de R$ 300 bilhões fossem enviados ao exterior sem o pagamento de impostos. "Hoje, nós temos desvio de arrecadação que chega a R$ 30 bilhões por mês. Absurdo. Foram mais de R$ 300 bilhões que foram para o exterior sem pagar nada de imposto", disse.

Outro dado revelado pela CPI é o uso do Bolsa Família para apostas on-line. Em 2023, aproximadamente 5 milhões de pessoas cadastradas no programa usaram seus recursos para fazer apostas, movimentando cerca de R$ 3 bilhões, o que gerou um intenso debate sobre a possibilidade de bloqueio do uso de benefícios para esse fim. "O cara deixa de comer para jogar", denunciou Izalci. Como resposta, o governo anunciou que, a partir deste ano, os cartões do programa terão "limite zero" para transações com casas de apostas.

Com um faturamento que chega a centenas de bilhões de reais por ano, as apostas esportivas online se tornaram uma das grandes indústrias do entretenimento no Brasil. No entanto, a falta de regulação clara e a ausência de controle efetivo das plataformas abrem espaço para a atuação de criminosos e grupos organizados, que operam nas sombras do setor. A CPI, em seus encontros, tem destacado os crimes ocultos que acompanham o fenômeno das bets, incluindo lavagem de dinheiro e manipulação de resultados.

O senador Izalci Lucas (PL-DF), membro da CPI, denuncia o tamanho do rombo causado pela falta de regulação no setor. Segundo ele, a ausência de mecanismos eficazes de controle permitiu que mais de R$ 300 bilhões fossem enviados ao exterior sem o pagamento de impostos. "Hoje, nós temos desvio de arrecadação que chega a R$ 30 bilhões por mês. Absurdo. Foram mais de R$ 300 bilhões que foram para o exterior sem pagar nada de imposto", disse.

Outro dado revelado pela CPI é o uso do Bolsa Família para apostas on-line. Em 2023, aproximadamente 5 milhões de pessoas cadastradas no programa usaram seus recursos para fazer apostas, movimentando cerca de R$ 3 bilhões, o que gerou um intenso debate sobre a possibilidade de bloqueio do uso de benefícios para esse fim. "O cara deixa de comer para jogar", denunciou Izalci. Como resposta, o governo anunciou que, a partir deste ano, os cartões do programa terão "limite zero" para transações com casas de apostas.

Izalci defende que a legislação também inclua mecanismos de assistência aos viciados. "O sistema tem que ter. A saúde já não funciona, mas nós vamos apresentar também propostas com relação a isso. Tela de aviso não resolve nada", afirmou. A CPI já ouviu especialistas sobre os impactos do vício e analisa modelos como o do Reino Unido, onde há restrições de horário para apostas.

Veja o momento da prissão do empresário

*Estagiária, sob a supervisão de Edla Lula