Apesar de bolsonaristas terem conseguido as 257 assinaturas necessárias para o pedido de urgência, aliados de Hugo Motta (Republicanos-PB) dizem que o presidente da Câmara seguirá imune à pressão para pautar o PL da Anistia.
Segundo interlocutores, Motta não teria motivo para temer as ameaças de bolsonaristas de “queimar a imagem” dele com seu eleitorado, porque o presidente da Câmara é eleito por um estado mais esquerdista.
No último dia 6 de abril, por exemplo, o pastor Silas Malafaia afirmou que Motta seria “a vergonha do povo da Paraíba”, por não ter abraçado a pauta da anistia aos condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro.
Lula e o PT tiveram, nas eleições de 2022, ampla vantagem na Paraíba, estado de Motta. No segundo turno, por exemplo, Lula venceu Jair Bolsonaro em todos os municípios do estado, com 66,62% dos votos válidos.
A proximidade de petistas com o atual presidente da Câmara nas disputas estaduais também se reflete em Patos (PB), cidade do atual presidente da Câmara administrada pelo pai de Hugo Motta.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, por exemplo, esteve no município em eleições passadas, participando da campanha de familiares de Motta para a prefeitura local, como o próprio Padilha lembrou em entrevista à coluna.
Aliados de Motta explicam que, por esse motivo, ele não teme perder votos por segurar a anistia. E reforçam que a expectativa do deputado é de que uma revisão das penas possa aliviar a pressão de bolsonaristas.