Nos últimos dias, garotas estudantes do ensino médio do colégio Projeção têm utilizado as redes sociais para expor abuso e assédio cometido por parte de professores da instituição. Em um dos relatos, uma jovem explica como um professor se aproximou dela até cometer um abuso.
O homem dava aula em uma unidade, até que foi transferido para outra, da qual se tornou coordenador. Segundo a jovem, o professor e a mãe dela são conhecidos. Dada a proximidade, o suspeito convenceu a genitora a mudar a garota para a escola na qual ele trabalha.
“Como eu ficava muito cabisbaixa lá, ele passou a me chamar pra sala dele, mesmo em horário de aula”, conta a jovem. O professor dava aula em um curso, no qual conseguiu uma vaga para a garota. “Sempre que podia, almoçava comigo, pagava sorvete… se aproximou mais, os abraços eram mais demorados…”, relata a vítima.
Até que, um dia, o homem chamou a jovem à sua sala. “Tinha um sofá na sala dele, ele me convidou para deitar lá. Eu não quis. Daí, ele soltou: ‘eu deixaria minha esposa por uma novinha'”.
“Na mesma semana, eu fui me despedir no cursinho, ele me pegou pela cintura e roubou um ‘selinho’ meu. Fiquei desnorteada.”
Após o relato, muitas pessoas responderam e compartilharam a mensagem mostrando conhecer o professor. Algumas pessoas demonstram surpresa; outras apontaram já desconfiar do homem.
Em outro relato, feito por outra moça, um professor que lecionava Biologia foi acusado. “Não foi o único professor do Projeção que assediava meninas e nem vai ser o último. Já fui assediada diversas vezes no P7”, conta a jovem. P7 é a unidade do Guará II da instituição.
“Ele me puxou na frente da sala do [bloco] B inteira e disse que eu era selvagem na cama por ter mais pelos. Todo mundo ficou rindo da situação.”
A jovem denunciou o professor, que acabou demitido anteriormente. Algumas colegas de instituição teriam feito pouco caso da atitude, segundo a garota. “Um monte de meninas falaram que era minha culpa, que eu não sabia brincar, que ele era perfeito, que era o jeito dele, que o mundo tava muito ‘mimizento’…”
Outras responderam às mensagens atestando o comportamento do professor. “Ele assediava todas as meninas na maior cara de pau e, às vezes, nem a gente se tocava”, conta uma jovem. “Quantas vezes eu já presenciei essas cenas nojentas, enquanto todos riam dizendo que era ‘jeito dele’…”, diz outra.
Há mais relatos que acusam o professor. “Ele me levava em todas as salas quando ia dar essa matéria e ficava me mostrando, mostrando meus braços e falando essas coisas”, conta uma garota. “Eu peguei dependência com ele no segundo ano e não me esqueço do dia em que eu estava conversando com um colega e quando me levantei, ele comentou sobre a minha bunda”, afirma outra jovem.
“Eu o admirava de uma forma surreal. Quando ouvi falar das coisas que aconteceram e do porquê de ele ter sido demitido, fiquei em choque. Ele fazia certas brincadeiras comigo que, antigamente, eu não via maldade, mas agora…”, conta outra moça”
O Projeção afirma ter aberto um processo administrativo interno para apurar o caso e demitido os professores envolvidos. Em notas publicadas nas redes sociais, a instituição alega que sempre estará “ao lado da verdade”.
“Não transigimos com práticas que desrespeitam a dignidade das pessoas. Só existe um remédio para coibir atos que afrontam mais básicas noções de respeito ao outro: o máximo rigor”, afirma a instituição.
Veja as notas:
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