Terça, 26 de Agosto de 2025
13°C 29°C
Brasília, DF
Publicidade

Audiência de acusada de sequestrar bebê no HRT está marcada para esta sexta

Estudante de fonoaudiologia de 23 anos leva recém-nascido do Hospital Regional de Taguatinga, mas é flagrada na unidade de saúde de Ceilândia após simular parto em casa e acionar o Samu. Apesar do susto, mãe e criança passam bem

Robson Silva De Jesus
Por: Robson Silva De Jesus
29/11/2019 às 08h38
Audiência de acusada de sequestrar bebê no HRT está marcada para esta sexta
A mãe, Larissa, com Miguel Pietro, e a namorada, Luana: final feliz

A dor do parto de 36 horas, o alívio pelo nascimento saudável e o pânico do sequestro do filho, ainda na maternidade do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Larissa Almeida, 21 anos, passou por tudo isso nos últimos dias. A mãe de primeira viagem teve o bebê, Miguel Pietro, tirado dos braços por uma mulher de jaleco, que a convenceu a entregar o recém-nascido alegando que havia a necessidade de um exame de glicemia. A criança, no entanto, foi levada pela estudante de fonoaudiologia Dayane da Fonseca Santos, 23. À polícia, a jovem informou que perdeu um bebê em agosto, mas manteve a história da gravidez para a família, o que teria motivado o crime. O caso chama a atenção também pela frequência com que ocorrem sequestros de bebês na capital federal.

O crime desta quinta-feira (28/11) ocorreu por volta das 3h. Larissa contou aos investigadores que sentiu um aperto no coração minutos depois de entregar a criança. Foi quando decidiu procurar alguém da equipe do hospital. O terror começou quando ela foi informada que aquele tipo de exame não era feito naquele horário. Sem encontrar Miguel nem a mulher de jaleco, a enfermeira registrou uma ocorrência no posto policial do HRT. No início da manhã, a mãe foi levada à 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) para prestar depoimento, iniciando a investigação da Divisão de Repressão ao Sequestro (DRS).

Larissa tem quatro irmãos e mora no Gama com a namorada, Luana Soares, 22, que contou detalhes dos momentos de aflição. “Desde o começo, ela achou aquela mulher estranha, porque ela estava no hospital desde cedo, pedindo para fazer teste nos bebês. Como é o primeiro parto da Larissa, ela entregou, na inocência”, afirmou. A namorada só tinha visto o filho por foto e se emocionou pensando na possibilidade de não conhecê-lo. “A Larissa tinha me mandado foto dele, dizendo: ‘Olha que lindo!’. Logo depois, ele foi tirado dela. Não dava para acreditar. É cruel. Isso mostra que o mundo está perdido”, lamentou.

A família mobilizou-se e seguiu para a porta do HRT, ainda durante a madrugada. O irmão, Rodson Almeida, 27, não conteve as lágrimas. “Eu não acreditei, fiquei muito indignado. É o primeiro bebê menino, porque a nossa mãe só teve netas. É o nosso xodó, e eu ainda sou padrinho dele. A gente batalhou e comprou tudo para o bebê. Nunca pensei que eu pudesse me sentir destruído assim”, disse. Enquanto os parentes esperavam notícias no hospital, Larissa descrevia aos investigadores as características da sequestradora.

 

Reviravolta em Ceilândia

Mãe de Larissa, a cabeleireira Francisca Almeida Ribeiro, 55, acompanhou o parto e lembrou do momento em que recebeu a primeira boa notícia do caso. Ela estava na delegacia com a filha, registrando ocorrência, quando um dos investigadores deu uma esperança: “Ele disse que tinha uma mulher no Hospital Regional de Ceilândia com um bebê que poderia ser o Miguel”. A tal paciente do HRC havia acionado o Samu por volta das 5h, dizendo que tinha acabado de dar à luz. A equipe médica, porém, achou estranho o recém-nascido estar limpo e com sinais de ter sido vacinado, além de a possível mãe estar bem para quem tinha acabado de passar por um parto.

Francisca e Larissa foram levadas ao Hospital de Ceilândia para verificar se aquela criança era Miguel. Por volta das 8h30, elas reencontraram a criança. “A minha filha chegou lá e reconheceu a mulher e o bebê. Eu o reconheci também, porque eu o vi nascer, registrei e tudo. Nenhuma família merece passar pelo que a gente passou”, declarou.

Crime premeditado

Em depoimento à Polícia Civil, a estudante de fonoaudiologia Dayane confessou o crime, segundo os investigadores. Antes de sequestrar o bebê, a jovem havia estado no Hospital Regional de Taguatinga duas vezes, em 23 e em 25 de novembro, para observar a rotina das grávidas. “Ela foi ao HRT e começou a conhecer o local. No momento em que estava próxima à porta, ela viu uma lista com informações do número do quarto onde estavam as mães e os recém-nascidos. Com isso, ela entrou dizendo que faria uma visita a um determinado quarto”, detalhou o diretor adjunto da DRS, Luiz Henrique Sampaio.

No dia do crime, Dayane chegou ao hospital à tarde, por volta das 15h, e permaneceu no local até a madrugada. Para disfarçar, ela usou um jaleco para ser confundida como servidora da unidade de saúde. “Ela conversou com outras mães, mas Larissa estava desacompanhada. Esse foi, provavelmente, o motivo da escolha daquela mãe e daquela criança como alvo”, avaliou o delegado.

Para sair do HRT, Dayane colocou o bebê em uma bolsa. Em casa, manteve a criança no quarto até que, pela manhã, o irmão da acusada ouviu o choro do recém-nascido. Nesse momento, ela contou que tinha dado à luz, e a família chamou o Samu. Segundo os investigadores, a jovem sujou o banheiro de sangue para simular o cenário do parto — ainda não se sabe a origem do sangue.

Um bebê era bastante esperado pela família e pelo namorado de Dayane. Os agentes revelaram que a jovem fez um enxoval e apresentou o cartão do pré-natal do filho que perdeu ao chegar no HRC. Dayane tem um filho de 5 anos. “A gente percebe que ela sofre um drama emocional, e tudo isso pode ter contribuído para o crime”, comentou o delegado Luiz Henrique. A acusada está presa em flagrante por subtração de incapaz e passará por audiência de custódia nesta sexta-feira (29/11). A pena para esse tipo de crime é de 2 a 6 anos de reclusão.

Em nota oficial, a Secretaria de Saúde informou que a direção do HRT “esclarece que preza pela segurança dos pacientes e que tem uma rigorosa vigilância”. A pasta acrescentou que, com esse caso, “os protocolos estão sendo revistos para aprimorar o trabalho e garantir que situações como essa não se repitam”, além de adiantar que está em andamento um projeto para implementação de uma central de monitoramento. O órgão detalhou, ainda, que Miguel Pietro passa bem. “O recém-nascido está internado no Hospital Regional de Ceilândia, recebendo toda a assistência necessária. Está em observação, apenas em cumprimento aos protocolos hospitalares. De lá, com a mãe, receberá alta, procedimento que ainda não tem data prevista”, ressaltou a pasta.

 

Memória

 

 

11 de fevereiro de 1981 
» Com dois dias de vida, Luís Miguel foi levado dos braços da mãe, Sueli Gomes da Silva, na porta do Hospital Regional do Gama. À época, a mulher tinha 16 anos e morava em um orfanato. Ao sair da unidade de saúde com o filho e acompanhada por dois funcionários do abrigo — um homem e uma mulher —, ligou para a dona do abrigo, de um orelhão, e deixou a criança com a moça que estava com ela. Quando encerrou a ligação, não encontrou mais o filho. Apenas em 2013, após a morte da proprietária do abrigo, Sueli contou a história à polícia. A investigação durou seis anos. Em abril deste ano, por meio de um exame de DNA, a Polícia Civil confirmou que o corretor de imóveis e morador da Paraíba Ricardo Araújo, 38 anos, é filho de Sueli.

21 de janeiro de 1986 
» O sequestro de Pedro Rosalino Braule Pinto é um dos casos mais famosos do país. Vilma Martins Costa, passando-se por enfermeira, entrou no quarto onde Maria Auxiliadora Braule Pinto se recuperava do parto do filho. Ela disse que levaria o bebê para fazer exames, mas sumiu com ele. O crime ocorreu no Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul. Passados 16 anos, o menino foi encontrado em Goiânia, vivendo com a família de Vilma, sob o nome de Osvaldo Martins Borges. Após cumprir 5 dos 19 anos das penas inicialmente impostas pela Justiça, a sequestradora de Pedrinho ganhou a liberdade condicional em 2008.

6 de junho de 2017 
» Um dia antes de receber alta, Jhony Júnior foi sequestrado do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). A mãe da criança, Sara Maria, 19 anos, havia dado à luz em um posto de saúde na Estrutural, em 25 de maio, e, depois, levada, com o filho, para a unidade de saúde do Plano Piloto. A equipe de enfermagem percebeu que o bebê não estava mais lá durante o horário de almoço. As buscas começaram com vigilantes e policiais militares no hospital. No dia seguinte, a criança foi encontrada com Gesianna de Oliveira Alencar. Ela foi presa. Em 6 de setembro do mesmo ano, a Justiça a condenou a pagamento de multa e a penas alternativas, como prestação de serviços comunitários ou doação de cestas básicas.

Conta luz Há 2 semanas

Veja onde resolver questões de energia elétrica durante esta semana

Atendimento itinerante da Neoenergia está disponível em diferentes pontos no DF

Falta de água Há 3 semanas

Áreas de Brazlândia terão o fornecimento de água suspenso nesta quinta (7) para manutenção da rede

O desligamento programado ocorrerá das 10h às 20h; imóveis que possuem caixa d'água abastecida não serão afetados durante a execução dos trabalhos

Brazlândia Há 3 semanas

Deputado Iolando visita obras estratégicas em Brazlândia ao lado da administradora em exercício Waldinéia de Carvalho: cidade se prepara para receber 10 mil novas moradias

Essas intervenções fazem parte de um pacote de investimentos estruturantes que estão preparando Brazlândia para um novo ciclo de desenvolvimento

Audiência Pública Há 4 semanas

Adasa realiza audiência pública e prorroga prazo para envio de contribuições sobre penalidades aplicadas aos usuários de água e esgoto no DF

Adasa realiza audiência pública e prorroga prazo para envio de contribuições sobre penalidades aplicadas aos usuários de água e esgoto no DF

Mobilidade Há 4 semanas

Trechos 3 e 4 da nova Epig ampliam mobilidade no Sudoeste com viadutos e passagens subterrâneas

Terceira etapa já foi entregue para a população, com a entrada do Parque da Cidade e o acesso ao Sudoeste, por meio do Viaduto Luiz Carlos Botelho Ferreira, finalizados; quarto trecho recebe túneis para pedestres e ciclistas, além de retornos subterrâneos, semelhantes aos do Riacho Fundo