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Grupos de combate à obesidade ajudam na educação alimentar de crianças

Iniciativas em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) oferecem palestras e encontros com profissionais

Robson Silva De Jesus
Por: Robson Silva De Jesus Fonte: Agência Brasília
08/07/2023 às 14h00
Grupos de combate à obesidade ajudam na educação alimentar de crianças
Agência Brasília

Tanto na atenção primária, em unidades básicas de saúde (UBSs), quanto nos níveis mais complexos de acompanhamento, grupos de controle de obesidade e educação alimentar infantil da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) ajudam crianças e famílias. Profissionais de nutrição ensinam de forma lúdica a maneira correta de se alimentar, além de apresentar novos hábitos.

Uma das iniciativas na Unidade Básica de Saúde (UBS) 3 do Guará é a Crescer Saudável. Por lá, a nutricionista Alessandra Martins ajuda os pequenos a se interessar por novos alimentos e a entender o que pode fazer mal a eles. O grupo tem três encontros fixos quinzenais com estratégias diferentes a cada palestra. São atendidas crianças de 5 a 10 anos com erro alimentar. Segundo a profissional, isso é comum e pode ser observado desde o primeiro ano de vida.

A nutricionista Alessandra Martins alerta que todos estão sujeitos a erros alimentares, que podem ocorrer em qualquer fase da vida | Fotos: Agência Saúde/ Divulgação
A nutricionista Alessandra Martins alerta que todos estão sujeitos a erros alimentares, que podem ocorrer em qualquer fase da vida | Fotos: Agência Saúde/ Divulgação

“O erro alimentar ocorre em todas as fases da vida. Mesmo tendo a melhor educação, estamos sujeitos. Mas, precisamos estar atentos, principalmente, com os pequenos. O erro está presente quando substituímos um alimento saudável por outro industrializado e de fácil acesso”, explica Alessandra. A falta de tempo e outras demandas diárias estão entre os motivos que levam os responsáveis e cuidadores a cederem na alimentação.

Maria Alciene Pereira participa do projeto com o filho Saymon, de 6 anos. Aos 38 anos, a mãe tem diabetes tipo 1. “É desafiador, porque já tomo remédio e fico com medo dele ter algum problema. Me esforço muito para dar uma alimentação correta. Mas, o pai, por viajar muito a trabalho, acabava tentando compensar e agradar com guloseimas e besteiras”, relata. Com as palestras, a família fez ajustes e o menino passou a aceitar mais alimentos.

Maria Alciene Pereira, com diabetes tipo 1, tem atenção redobrada com a alimentação do filho Saymon Pietro
Maria Alciene Pereira, com diabetes tipo 1, tem atenção redobrada com a alimentação do filho Saymon Pietro

Com histórico de obesidade na família, William de Oliveira, 39 anos, participa das ações da UBS e introduziu os filhos Caio, 10 anos, e Heitor, 7, nas atividades por indicação do agente comunitário da sua região. “Eu tenho dificuldade com os meninos desde que eram bebês, principalmente, em relação à rejeição dos alimentos”, conta William.

A gerente de Nutrição da SES-DF, Carolina Gama, destaca a importância do trabalho em rede em todos os níveis de assistência, principalmente, na atenção básica com um trabalho contínuo de prevenção e educação. “A SES-DF tem um Grupo Condutor Distrital da Rede de Doenças Crônicas Não Transmissíveis constituído por representantes dos três níveis de atenção à saúde, da vigilância em saúde e das regiões de saúde para estabelecer os fluxos e os protocolos de atendimento de pessoas com sobrepeso e obesidade, entre outras doenças em todas as faixas etárias”, explica. Para participar das atividades de promoção da alimentação adequada e saudável, busque a UBS em que a criança é atendida e confira os horários e dias dos eventos.

Caio e Heitor participam do Crescer Saudável da UBS 3 do Guará com o pai, William de Oliveira, e enfrentam, juntos, a rejeição por alguns alimentos
Caio e Heitor participam do Crescer Saudável da UBS 3 do Guará com o pai, William de Oliveira, e enfrentam, juntos, a rejeição por alguns alimentos

Consumo alimentar infantil no DF

O último boletim da série histórica do DF mostra aumento de peso em todas as faixas etárias. O percentual de crianças de até 5 anos com excesso de peso passou de 7,9% para 8,2% de 2020 para 2021. Nas maiores de 5 anos até 10, houve crescimento, de 27,9% para 33,4%.

O documento ainda mostra que 19% das crianças entre 6 meses e 23 meses consomem bebidas adoçadas. Na mesma faixa etária, o hábito de comer alimentos ultraprocessados chega a 33% dos pequenos. De 2 anos a 4 anos, os números sobem para 69% e 95%, respectivamente. A marca dos ultraprocessados fica acima da média brasileira, que é de 91%.

Em crianças de 5 anos a 9 anos, o DF também bateu a média nacional, com 76% para bebidas adoçadas e 96% para alimentos ultraprocessados. Para Carolina Gama, esses são dados preocupantes que a gestão busca melhorar, alcançado as famílias com informações que ajudem a trazer uma realidade alimentar saudável.

*Com informações da SES