Em pouco mais de um mês, o déficit de anestesistas na rede pública de Saúde do Distrito Federal saiu de 154, março, para 180 em maio, disse a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.
Afirmou ainda que, caso não se mude a forma de contratação desses especialistas, a capital federal corre risco de ficar sem profissionais dessa área.
Segundo o Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF), o DF tem, no total, 678 médicos anestesistas com o cadastro regular. Desse montante, atualmente 270 trabalham na rede pública de Saúde.
De acordo com Florêncio, porém, a maioria trabalha na secretária há muitos anos e vai se aposentar. “Temos uma quantidade de mão de obra que tem uma previsão de estar atuando. Daqui 4 ou 5 anos, esses anestesistas estarão completando 30 anos de serviço e vão se aposentar. E não conseguimos contratar novos. Vai chegar uma hora que vai faltar anestesista inclusive para as emergências.”
A gestora explica que os novos profissionais aprovados nos concursos públicos não se interessam e acabam não preenchendo as vagas. “Do último concurso que fizemos, eram 124 vagas, sendo que 38 assumiram e oito deles já pediram demissão”, comentou Lucilene.
Segundo a secretária, a falta de anestesistas é um dos motivos do aumento da fila de espera por cirurgias eletivas no DF. “Eu tenho cirurgião, tenho toda a equipe, mas não tenho anestesista. Porque só consigo trabalhar com três por escala, sendo que um fica com as demandas de emergência, outro oncologia e só sobra um para atender quem está na fila”, pontua.
Ela frisa que sempre há servidores de férias, licença, atestado. Por isso, não é possível contar com os 270 todo dia. “E é preciso lembrar que temos 270 cadastrados [anestesistas] como servidores da secretaria, mas não quer dizer que eu tenho 270 profissionais na escala todo dia.”