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“É preciso diálogo e comunhão”, diz Dom Paulo sobre 2026

Dom Paulo Cezar Costa afirmou que 2026 será um ano desafiador para a Igreja e para a sociedade brasileira, especialmente por se tratar de um ano eleitoral

João Araújo
Por: João Araújo Fonte: Notícia Certa
25/12/2025 às 12h36
“É preciso diálogo e comunhão”, diz Dom Paulo sobre 2026

Antes da Missa de Natal na Catedral Metropolitana de Brasília, o arcebispo de Brasília, cardeal Dom Paulo Cezar Costa, afirmou que 2026 será um ano desafiador para a Igreja e para a sociedade brasileira, especialmente por se tratar de um ano eleitoral. Ao Correio Braziliense, o cardeal ressaltou que, em contextos de polarização política, a Igreja tem o dever de promover o diálogo, a comunhão e o compromisso com o bem comum.

“É um ano que se abre com muitos desafios, mas também com muita esperança”, disse Dom Paulo, ao comentar as perspectivas para o próximo ano. Segundo ele, a Arquidiocese inicia 2026 com um novo plano pastoral, voltado para uma Igreja missionária, mistagógica e fundamentada na fé. No entanto, destacou que o cenário político exige atenção. “Um ano eleitoral é sempre um ano um pouco mais complicado, sobretudo numa sociedade polarizada.”

Para o arcebispo, a polarização não pode se sobrepor aos valores fundamentais da vida em sociedade. “As diferenças fazem parte da vida de uma sociedade, mas não podem ser as rivalidades a prevalecerem. É preciso diálogo, é preciso comunhão”, afirmou. Dom Paulo destacou que a Igreja não se omite nesses momentos e tem uma palavra a oferecer. “A Igreja tem uma palavra a dizer quando chama ao diálogo, quando chama à comunhão e quando propõe caminhos.”

Segundo ele, a atuação da Igreja em anos eleitorais deve estar ancorada na doutrina social e no Evangelho. “É preciso olhar para os valores da vida de uma sociedade, olhar para o bem comum, olhar para os mais pobres, para os mais necessitados. A Igreja, mesmo nesses momentos mais desafiadores, sempre tem uma palavra para iluminar”, disse.

Dom Paulo também fez um apelo direto aos governantes, associando a mensagem do Natal à responsabilidade política. “Que a alegria do nascimento de Jesus traga esperança para a vida da sociedade, esperança de paz e de um mundo melhor”, afirmou. Em seguida, reforçou a cobrança por uma postura ética na condução da coisa pública. “Que os nossos governantes olhem verdadeiramente para o nosso povo, que se foquem no bem comum, que esqueçam um pouco seus interesses pessoais e ideológicos”.