Loja colaborativa Cerrado Feminino promove trabalho de artesãs brasilienses na Feira da Torre
Iniciativa do GDF fortalece mulheres artesãs e aposta na economia criativa para impulsionar vendas
Por: João AraújoFonte: Agência Brasília
20/12/2025 às 17h30
Luana Porto mora em Sobradinho e decidiu começar as compras de Natal fora do circuito tradicional. Ao lado da mãe, entrou na Loja Colaborativa Cerrado Feminino, na Feira da Torre de TV, em busca de presentes para a família. “Procuro artesanato porque quero algo diferente e exclusivo. Tem pessoas da Europa que vão receber esses presentes. Preciso de algo que represente o Brasil”, diz a administradora.
A Loja Colaborativa Cerrado Feminino é uma iniciativa da Secretaria da Mulher, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-DF) e o Instituto BRB. Inaugurado em junho, o espaço funciona aos fins de semana e reúne artesãs do Distrito Federal selecionadas por chamamento público. O atendimento ocorre aos sábados e domingos, das 9h às 17h, nos boxes 95 e 96 do Bloco C.
“A Secretaria da Mulher sempre busca fortalecer as mulheres do Distrito Federal, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade que trabalham com artesanato. Com o apoio do governador Ibaneis Rocha, conseguimos transformar esse espaço em uma loja estruturada, pensada para gerar renda e dar visibilidade ao trabalho das artesãs”, afirma a subsecretária de promoção das Mulheres, Renata Daguiar.
Renata destaca que, além do espaço cedido pelo Governo do Distrito Federal para comercialização, a iniciativa oferece cursos de capacitação, aperfeiçoamento, especialização e formação empreendedora. “Durante o período em que participam da loja, as artesãs recebem orientações em empreendedorismo, marketing digital e vendas. Isso faz com que elas saiam mais preparadas para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo”, explica.
De acordo com a subsecretária, este é o segundo ciclo do projeto e o impacto já é visível. “Houve um aumento superior a 100% nas vendas das artesãs em comparação com o modelo anterior. Além da renda imediata, elas ganham qualificação, aprimoram técnicas e agregam valor às peças, o que reflete em melhores resultados no futuro”, ressalta Renata Daguiar.
Histórias artesãs
Entre as 21 artesãs que expõem seus produtos na Loja Colaborativa Cerrado Feminino está Telma Carvalho. Moradora de Taguatinga, ela tem 72 anos e trabalha com crochê e bordado. “Faço panos de prato, suporte para panos de prato, uma variedade de trabalhos no crochê. Essa loja é tudo de bom na vida do artesão. É terapia, é complemento de renda e é reconhecimento. Estar na Feira da Torre de TV faz muita diferença. Passam turistas, moradores de Brasília, pessoas de todo lugar”, pontua a artesã.
Outra artesã que integra a loja colaborativa é Evaneide Diamantino. Ela trabalha com crochê e produz bolsas artesanais, acessórios e bonecos de amigurumi, técnica japonesa feita totalmente à mão. “Estar na Feira da Torre é o desejo de muitos artesãos. Para chegar até aqui, passamos por um caminho de aprendizado, curadoria e avaliação dos trabalhos. Foi um processo importante para melhorar acabamento, cores e qualidade”, destaca.
Evaneide lembra que o contato com o artesanato veio por meio dos cursos oferecidos na Casa da Mulher Brasileira. A partir da capacitação, ela passou a desenvolver as peças que hoje estão à venda na loja. “Esta é a segunda edição da loja. A primeira foi um sucesso e agora estamos começando com muita expectativa”, conta.
Os produtos encantaram a aposentada Maria de Jesus Silva, que foi à Feira da Torre de TV em busca de presentes de Natal. “Estou achando tudo maravilhoso, Estou pensando em comprar essas bonequinhas para presentear a família. A feira é diferenciada, é coisa feita pelos nossos artesãos, eu gosto de valorizar o trabalho dos artesãos”, afirma.