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Cooperativa de crédito pode adotar modelo de perda esperada

Diante dos desafios para se adaptar às exigências, há cooperativas de crédito que buscam o apoio de outras empresas que fornecem soluções de Busine...

Robson Silva De Jesus
Por: Robson Silva De Jesus Fonte: Agência Dino
04/12/2025 às 17h38
Cooperativa de crédito pode adotar modelo de perda esperada
Imagem de Freepik

Presente em 57% dos municípios brasileiros, segundo dados de 2023 do Banco Central (BC), as cooperativas de crédito têm o objetivo de oferecer serviços financeiros aos associados. Estes são, ao mesmo tempo, clientes e proprietários, diferentemente de um banco, em que são apenas usuários. Entre as regras que precisam ser seguidas pelas cooperativas, estão as da Resolução 4.966, publicada pelo BC em 2021.

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Essa resolução alinha o reconhecimento e a mensuração de instrumentos financeiros ao modelo de perda esperada (IFRS-9) — metodologia contábil que mensura e registra perdas com crédito de forma mais antecipada e realista. Em vez de esperar o calote para reconhecer uma perda, as cooperativas precisam estimar quanto provavelmente perderão no futuro e provisionar esse valor desde já.

Em termos práticos, isso significa maior detalhamento de divulgações, segmentação da carteira, novos critérios contábeis, necessidade de modelos de crédito flexíveis e adaptação de sistemas e controles, como explica Angelo Schier, especialista em recuperação de crédito de cooperativas e parceiro da Meet Call.

"A cobrança precisa fornecer dados quantitativos (probabilidades de default, recuperação) para alimentar modelos voltados para projeções futuras. Isso exige integração operacional entre cobrança, risco e contabilidade e altera o timing e o cálculo das provisões", diz Schier.

As exigências, continua o especialista, trouxeram desafios de adaptação para as cooperativas de crédito, incluindo a qualidade e estruturação dos bancos de dados, ou seja, a construção de uma base histórica para definir estratégias a partir de informações passadas.

Outros desafios incluem a validação de modelos de perda esperada, a capacitação de profissionais qualificados, a adoção de uma régua de cobrança e acompanhamento flexível com foco na retenção de cooperados e mitigação de rolagens de estágio, além de implementação de ações preventivas baseadas em collection score e políticas de concessão de crédito.

"Também é necessário realizar ajustes em capital e pricing para absorver a maior volatilidade contábil. Por fim, é fundamental compreender o perfil de cada cooperado e seu apetite ao risco, pois, nesse novo modelo, a atribuição de perda esperada pode ser maior em determinados casos, mesmo para cooperados historicamente adimplentes, considerando o relacionamento consolidado com a cooperativa", pontua Schier.

Diante desse tipo de desafio, há cooperativas que buscam o apoio de outras empresas que fornecem soluções de Business Process Outsourcing (BPO). Em outras palavras, serviços terceirizados de processos.

"BPOs especializados reduzem custo operacional, escalam campanhas multicanal, entregam analytics e scoring para melhorar recuperações e fornecem controles de compliance. Reduz o tempo entre a cobrança do crédito e o recebimento efetivo, melhorando a liquidez e a disponibilidade de recursos para operar", analisa Marcos D'Andrade.

Ele é superintendente da Meet Call, empresa que auxilia outros negócios a gerenciar suas interações com clientes e processos internos. O portfólio da companhia abrange soluções de BPO e recuperação de crédito para cooperativas.

Segundo D’Andrade, ao contratar esse tipo de serviço, as cooperativas buscam boas práticas de conformidade, eficiência e relacionamento, governança integrada e criação de estratégias de cobrança e relacionamento personalizadas por perfil de risco, comportamento e valor, aumentando eficiência e preservando o vínculo com o cooperado.

"As cooperativas têm acesso também à validação independente de modelos; automação com atendimento humano em casos sensíveis; monitoramento contínuo de KPIs [indicadores de desempenho] e revisões periódicas de premissas", acrescenta o superintendente da Meet Call.

Em relação à Resolução 4.966, D’Andrade acredita que ela influencia positivamente a competitividade e sustentabilidade financeira do setor para os próximos anos ao priorizar qualidade e consistência das informações e a integração de processos, com os setores de tecnologia da informação (TI), cobrança e contabilidade trabalhando de forma integrada.

Para saber mais, basta acessar o site da Meet Call: https://meetcall.com.br/