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Radares ajudam a reduzir infrações no trânsito, diz estudo

Quanto mais radares instalados, menor a quantidade de infrações por câmera, o que revela maior obediência às leis de trânsito e mudança de comporta...

Robson Silva De Jesus
Por: Robson Silva De Jesus Fonte: Agência Dino
24/11/2025 às 15h26
Radares ajudam a reduzir infrações no trânsito, diz estudo
Canva

A fiscalização eletrônica com câmeras de segurança — os conhecidos radares — tem papel determinante para coibir o excesso de velocidade e salvar vidas. É o que aponta um estudo inédito realizado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e  com apoio da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans).

O levantamento, intitulado “Indicadores Brasileiros sobre Fiscalização de Velocidade”, indicou que há uma correlação direta entre o nível de fiscalização e o comportamento dos condutores. Quanto mais radares instalados, menor é o número de infrações por câmera, o que revela maior obediência às leis de trânsito e mudança de comportamento.

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Cada câmera de segurança detecta em média 1,5 mil infrações por ano, mas há disparidades entre estados. No Rio Grande do Sul, onde há um sistema mais consolidado, o número é de cerca de 700 infrações por equipamento, enquanto no Amazonas chega a aproximadamente 4,5 mil, indicando menor respeito aos limites de velocidade. 

Em relação à quantidade de equipamentos, o Distrito Federal lidera com 7,5 câmeras por 10 mil veículos. Já o Amazonas tem apenas 0,12, uma diferença de mais de 60 vezes, segundo o estudo. Entre as capitais, Goiânia (GO) aparece com o maior número de câmeras em vias urbanas (4,75 por 10 mil veículos), seguida por Palmas (TO) e Cuiabá (MT), com 3,98 e 3,81, respectivamente. Já Maceió (AL), Manaus (AM), Vitória (ES) e Florianópolis (SC) não possuem câmeras em áreas urbanas.

Paulo Guimarães, CEO do Observatório  Nacional de Segurança Viária, destaca que, embora a correlação estatística entre o número de câmeras e a taxa de mortalidade não seja direta, o estudo aponta um dado significativo: nenhuma unidade da federação com alto índice de fiscalização eletrônica apresenta taxa elevada de mortes no trânsito. Essa constatação reforça que a presença de câmeras atua como fator preventivo, reduzindo comportamentos de risco e contribuindo para a preservação de vidas, diz Guimarães.

“O estudo integrou dados públicos do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), DATASUS, Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) a partir de uma análise estatística por meio do cálculo do nível de correlação entre diferentes indicadores levantados. Ao mapear todos os pontos de fiscalização eletrônica de velocidade no país e cruzar com dados de frota, infrações e mortalidade no trânsito, foram gerados indicadores do desempenho da segurança viária inéditos sobre o fator de risco da velocidade”, comenta o CEO.

Segundo Guimarães, os dados levantados podem ajudar gestores públicos e empresas do setor de mobilidade a tomar decisões mais assertivas. “Os números permitem avaliar cobertura, densidade e desempenho da fiscalização, identificar lacunas e orientar investimentos em mobilidade segura”, considera.

Para Silvio Médici, presidente da Abeetrans, “um estudo tecnicamente ajustado a um bom projeto de sinalização e equipamentos auxiliares, está plenamente alinhado à visão da mobilidade segura, sustentável e humana, reforçando o papel da ciência aplicada à segurança viária”. O estudo está plenamente alinhado à visão da mobilidade segura, sustentável e humana, reforçando o papel da ciência aplicada à segurança viária”, declara Médici.

Para acessar o estudo completo, com mais análises e ranking, basta entrar no site do Observatório Nacional de Segurança Viária: https://www.onsv.org.br/estudos-pesquisas/indicadores-brasileiros-sobre-fiscalizacao-de-velocidade