
Na noite desta terça-feira (18/11), a Justiça Federal decidiu manter a prisão do bancário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. Ele foi detido na noite de segunda-feira (17), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Ele se preparava para embarcar para o exterior.
Além dele, seu sócio, Augusto Lima, e outros cinco presos também passaram por audiência de custódia e todos permanecem detidos por determinação da Justiça.
O episódio integra a operação batizada de Operação Compliance Zero, que visa desarticular um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
Segundo as investigações, o Banco Master teria comprado carteiras de crédito “insubsistentes”, ou seja, sem lastro ou pagamentos, e depois as revendido para outra instituição por valores da ordem de R$ 12 bilhões, em duas parcelas ao longo de dois meses. A defesa de Vorcaro, no entanto, afirma que ele estava em viagem de negócios relacionada à venda da instituição e que sempre se colocou à disposição para colaboração.
Paralelamente, o Banco Central decretou, nesta terça, a liquidação extrajudicial do Banco Master, encerrando definitivamente a possibilidade de sua venda ao grupo interessado menos de 24 horas antes da deflagração da operação.
A defesa de Vorcaro prepara pedido de habeas corpus para requerer sua liberdade. Até o fechamento desta reportagem, não houve retorno dos advogados sobre os próximos passos de cooperação.