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Fundo de empregados dos Correios espera reunir 10 mil investidores para comprar estatal

A ideia é formar um consórcio com outras empresas para chegar ao valor que será cobrado pela estatal

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14/12/2020 às 21h23
Fundo de empregados dos Correios espera reunir 10 mil investidores para comprar estatal

Reunir 10 mil dos 100 mil empregados dos Correios em um fundo de investimentos que permita disputar a aquisição da empresa quando esta for posta à venda é o principal objetivo da Associação Brasileira de Prospecção de investimentos. Criada em 2018 por empregados dos Correios, a entidade tem o objetivo de buscar boas oportunidades de negócios. A associação é aberta a qualquer pessoa física. Quem quiser, pode participar. No entanto, não são admitidas pessoas jurídicas. A estimativa é que o fundo destinado à aquisição da estatal consiga captar R$ 1bilhão entre os associados.

Ricardo Valenza, um dos criadores da Associação, é funcionário dos Correios. “Se a empresa for mesmo vendida queremos tentar adquiri-la por meio deste fundo”, disse. A ideia de Valenza é que o fundo forme um consórcio com outras empresas que, segundo ele, podem trazer além de mais de recursos financeiros, a experiência do mercado na gestão de negócios. A gente quer participar, queremos ter potencial para a compra”, frisou.

No momento a Associação tem apenas 100 membros, mas Valenza explica que a ideia de adquirir os Correios é nova e que há potencial para chegar a 10 mil ou 15 mil associados. De acordo com o gestor do fundo, cada associado indicará o aporte a ser feito. Com relação aos empregados dos Correios, estes podem contribuir utilizando os seus passivos trabalhistas – valores a serem recebidos – como aporte.

Os Correios estão entre as nove privatizações prometidas pelo governo federal para 2021. Segundo a secretaria de Desestatização do ministério da Economia, a empresa apresenta um passivo de R$ 14 bilhões. Ainda não está definido se a empresa vai ser vendida na sua integralidade – todos os serviços hoje oferecidos – ou se será dívida. O governo garante apenas que a universalização do serviço será mantida.

 
Uma das pautas do Congresso Nacional no próximo ano será discutir o marco legal do setor postal, que define novas regras para o serviço de entrega de cartas e encomendas no País. As duas casas legislativas também terão que discutir sobre o projeto de lei que acaba com o monopólio dos Correios sobre o serviço postal. O projeto que definirá o modelo de privatização da estatal segue em estudo na Casa Civil da Presidência da República. “Não está definido sequer o valor da empresa. Já se falou em R$ 5 bilhões, R$ 10 bilhões e até R$ 15 bilhões. Mas queremos estar preparados para participar deste processo”, frisou Ricardo Valenza.