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Abordagem arquitetônica inspira cirurgias plásticas faciais

O cirurgião Hebert Lamblet defende uma abordagem inspirada na arquitetura, que valoriza a estrutura óssea e os pilares de sustentação do rosto para...

Robson Silva De Jesus
Por: Robson Silva De Jesus Fonte: Agência Dino
29/09/2025 às 15h52
Abordagem arquitetônica inspira cirurgias plásticas faciais
Gerada por FluxPro Image Generator AI

A cirurgia plástica facial compreende procedimentos estéticos e reparadores voltados à região da face. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), técnicas como lifting facial, blefaroplastia, rinoplastia, otoplastia, implantes e cirurgias reconstrutivas de pele fazem parte do conjunto de intervenções disponíveis para essa área.

A pesquisa global da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) mostra que os procedimentos estéticos cirúrgicos na face cresceram 4,3% em 2024, totalizando 7.497.709 cirurgias no mundo. O Brasil registrou 910.879 procedimentos estéticos cirúrgicos na face, o maior volume global, à frente dos Estados Unidos, que somou 563.426. Na categoria de Face Lifting, o número de procedimentos realizados ultrapassa 700 mil. 

Avanços tecnológicos em arsenal terapêutico, como a cirurgia robótica, aprendizado contínuo em Cadáver Labs e cursos hands-on, também têm permitido intervenções com maior precisão e melhores resultados preditivos, é o que afirma o Dr. Hebert Lamblet, médico e cirurgião plástico.

Ele pontua que os princípios estruturais da arquitetura relacionados à cirurgia plástica facial podem ser aplicados para alcançar resultados mais estruturados e duradouros: “Assim como na arquitetura, o rosto humano possui uma base estrutural (ossos), pilares de sustentação (tecidos profundos e ligamentos) e uma fachada (pele e tecido subcutâneo)”.

Para o especialista, ao respeitar a estrutura do rosto e intervir para reforçá-la, é possível alcançar um rejuvenescimento esteticamente superior, mais natural,duradouro e, sobretudo, que preserve a identidade do paciente.

Inspirada na prática arquitetônica de restauração adaptativa, essa abordagem busca preservar as características definidoras do rosto enquanto adapta sua estrutura às mudanças trazidas pelo tempo. Em vez de "demolir e reconstruir", o objetivo é respeitar e restaurar sua funcionalidade e estética de forma integrada

“Embora não se altere a estrutura óssea de forma invasiva na maioria dos casos de rejuvenescimento, a compreensão dessa fundação é crucial para planejar onde o volume e a sustentação precisam ser restaurados. Isso pode ser feito indiretamente, por exemplo, com o reposicionamento de tecidos moles que se apoiam nessas estruturas, ou com a restauração de volume em áreas estratégicas para compensar a perda óssea”, esclarece o especialista.

De acordo com o médico, o Sistema Músculo Aponeurótico Superficial (SMAS) e os ligamentos que fixam a pele e os músculos às estruturas ósseas são os pilares de sustentação do rosto, que com o tempo, enfraquecem e cedem, permitindo que os tecidos moles deslizem para baixo, criando sulcos, flacidez e perda de contorno. A abordagem arquitetônica propõe o reposicionamento e reforço desses pilares internos.

“Ao liberar e reposicionar o SMAS e os ligamentos, é possível restaurar a sustentação original da face, elevando os tecidos de forma natural e sem tensão na pele. Isso permite que o resultado seja mais estável e duradouro, pois é corrigida a causa da flacidez, e não apenas seus sintomas superficiais”, detalha o cirurgião.

Lamblet estabelece que a pele e o tecido subcutâneo — camada de gordura logo abaixo da pele — são como o revestimento externo de um edifício, que interage com o ambiente e reflete a luz. Segundo ele, esses elementos são responsáveis pela textura, luminosidade, hidratação e volume superficial. No entanto, dependem diretamente da solidez das fundações e pilares.

Após a restauração da estrutura profunda, pode-se focar na ‘fachada’ e restaurar o volume perdido de forma natural, preencher áreas de concavidade e melhorar a qualidade da pele”, declara o médico.

Segundo o especialista, a abordagem busca garantir um rejuvenescimento que preserve a naturalidade da expressão, considerada a essência da cirurgia plástica facial moderna. O método se baseia em cinco princípios que envolvem restauração em vez de transformação, foco na estrutura profunda, uso de tecido autólogo e regenerativo, mapeamento tridimensional personalizado e preservação da dinâmica facial.

“O objetivo é restaurar o que o tempo levou, devolvendo tecidos e volumes à posição original. Ao reposicionar os pilares internos, a pele se acomoda sem tensão, criando um resultado natural. O  uso da gordura do próprio paciente evita reações adversas e favorece a integração dos tecidos, o mapeamento tridimensional orienta a intervenção e, ao trabalhar as estruturas profundas respeitando os vetores naturais, a expressão e os movimentos são preservados”, ressalta o cirurgião.

Método Blueprint Facial

Inspirado nos princípios da abordagem arquitetônica, o Dr. Hebert Lamblet desenvolveu a metodologia Blueprint Facial, que combina tecnologia avançada e planejamento estratégico para resultados personalizados e duradouros. O método inclui mapeamento facial tridimensional, permitindo identificar  áreas de sustentação, projeção e transição, além de projetar o envelhecimento do rosto para planejar intervenções que respeitem a evolução natural da face e preservem sua estrutura.

“O Deep Plane Facelifting reposiciona tecidos profundos e SMAS, reforçando ligamentos e contornos naturais sem repuxar a pele, enquanto a cirurgia endoscópica frontal eleva a região frontal por incisões discretas. O enxerto de gordura autóloga devolve volume a têmporas, malar e mandibular, e procedimentos ancilares — lasers fracionados, radiofrequência e J-Plasma — redefinem textura, poros e uniformidade da pele”, revela o especialista.

O processo de avaliação do paciente na metodologia Blueprint Facial parte de anamnese detalhada e compreensão das expectativas, seguida por análise estrutural da base óssea com sobreposição digital dos tecidos moles e fotografias de alta resolução, mapeamento da pele com dermatoscópios digitais, avaliação dos pilares de sustentação e dos espaços negativos, avaliação dinâmica das expressões faciais e projeção de envelhecimento. 

“O futuro aponta para integração ainda mais profunda entre a compreensão arquitetônica da face, tecnologia de ponta e avanços da medicina regenerativa. O rosto humano é a obra arquitetônica mais complexa e significativa que se pode ter o privilégio de trabalhar.”, conclui Lamblet.

Para mais informações, basta acessar: drhebertlamblet.com/