Servidores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) participam até quinta-feira (25) de um treinamento em radiologia forense. A capacitação visa ao aperfeiçoamento das habilidades na realização de perícias e exames por meio do uso de tomógrafo computadorizado.
O treinamento abrange 16 horas/aula em formato híbrido e é crucial para alinhar esses profissionais às demandas da radiologia forense moderna, especialmente no uso do tomógrafo computadorizado pós-morten, que complementa as autópsias tradicionais. Ao focar em técnicas de imagem 3D e interpretação de lesões internas, o curso fortalece a precisão das perícias, reduzindo riscos e elevando a qualidade dos laudos, em sintonia com avanços internacionais como os da Universidade de Zurique.
Perspectivas
O Instituto Médico Legal (IML) de Brasília está em fase de implantação da técnica de tomografia computadorizada com contraste pós-morten. Essa técnica será demonstrada ao vivo durante a parte prática do curso, na próxima quinta-feira (25).
“Esse treinamento é um passo fundamental para maximizar todos os benefícios do uso e aplicação do tomógrafo computadorizado, além de capacitar esses profissionais no sentido de aprimorar os conhecimentos técnicos e científicos entre os dois campos: patologia e radiologia forenses”, afirma o diretor-adjunto do IML, Fábio França.
Desde novembro de 2017, o IML de Brasília utiliza o tomógrafo computadorizado como ferramenta complementar nas necropsias, com exames realizados antes da autópsia tradicional em todos os cadáveres, tornando-se pioneiro no Brasil ao adotar essa tecnologia de forma rotineira.
Para isso, o setor de radiologia foi reestruturado, com peritos médicos-legistas especializados em radiologia. Essa tecnologia permite, ainda, reconstruções em 3D para visualização não invasiva de fraturas, hemorragias e projéteis, aprimorando investigações. Na nova sede do IML, o tomógrafo computadorizado tem sido essencial em casos de homicídios, afogamentos e desastres, contribuindo para altos índices de resolução de crimes pela PCDF.
Medicina forense
A tomografia computadorizada pós-morten serve como método complementar à autópsia, detectando causas de morte por traumas ou instrumentos sem abrir o corpo em todos os casos. A técnica une radiologia e patologia, tornando investigações mais eficientes, especialmente em casos em que autópsias convencionais são limitadas por razões éticas ou de segurança.
“Em contextos semelhantes, como o desastre de Brumadinho (MG), essa tecnologia foi crucial para identificação de vítimas e causas de morte”, destaca Fábio França.