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Fux dá razão a Trump e não receberá sanções, diz Paulo Figueiredo

Voto de ministro é elogiado por Jason Miller, conselheiro de presidente dos Estados Unidos

João Araújo
Por: João Araújo Fonte: Notícia Certa
10/09/2025 às 18h44
Fux dá razão a Trump e não receberá sanções, diz Paulo Figueiredo

O voto do ministro Luiz Fux, terceiro a se manifestar no julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a trama golpista, está alinhado com o governo dos Estados Unidos, afirmou à CNN o jornalista e empresário Paulo Figueiredo.

Segundo ele, esse posicionamento seria suficiente para manter o magistrado fora do radar de novas sanções de Donald Trump.

"O que o voto faz é corroborar a posição já adotada pelo governo americano, inclusive a de que houve violações de direitos humanos por parte do Tribunal – algo que Fux disse textualmente, por mais de uma vez, no seu voto. Fux dá razão a Trump", disse Figueiredo à CNN.

Responsável por articular sanções dos Estados Unidos ao Brasil junto ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Figueiredo reafirmou que novas medidas estão sendo avaliadas contra o país, incluindo ministros do STF. No entanto, adiantou que Fux "certamente não será" penalizado.

Desde o início das sanções ao Brasil, o Departamento de Estado americano cancelou vistos de ministros da Corte, mas Fux, Kassio Nunes Marques e André Mendonça não foram incluídos. Já o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, foi sancionado com a aplicação da Lei Magnitsky.

O voto do ministro Fux tem sido acompanhado por assessores do governo americano. Figueiredo e Eduardo Bolsonaro têm enviado relatórios frequentes sobre a situação.

Nas redes sociais, Jason Miller, conselheiro de Trump, escreveu que "Fux está destruindo completamente a guerra política de notícias falsas que Alexandre de Moraes vem travando contra o presidente Jair Bolsonaro e o bom povo do Brasil".

"As acusações contra o presidente Bolsonaro são fraudulentas e inconstitucionais", escreveu Miller.

Como mostrou a CNNo governo Lula avalia que os Estados Unidos vão impor novas sanções ao Brasil diante de uma eventual condenação de Bolsonaro.

Nesta terça-feira (9), ao ser questionada sobre o julgamento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente Donald Trump não tem medo de usar recursos militares e econômicos para "proteger a liberdade de expressão".

"A liberdade de expressão é, sem dúvida, a questão mais importante do nosso tempo. Ela está consagrada em nossa Constituição, e o presidente acredita fortemente nela", disse Leavitt em entrevista coletiva.

Após a manifestação, o Palácio do Itamaraty divulgou um comunicado condenando o uso de ameaças econômicas ou militares contra a democracia brasileira.

"O governo brasileiro condena o uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força contra a nossa democracia. O primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas. É esse o dever dos Três Poderes da República, que não se intimidarão por qualquer forma de atentado à nossa soberania", declarou o Ministério das Relações Exteriores.

"O governo brasileiro repudia a tentativa de forças antidemocráticas de instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais", acrescenta a nota.