Cinco pessoas morreram em um incêndio na área rural do Boqueirão, no Paranoá (DF), na madrugada deste domingo (31/8). O fogo destruiu a casa de recuperação de dependentes químicos chamada de Instituto Terapêutico Liberte-se, onde estavam as vítimas.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), todos eram adultos e do sexo masculino. A reportagem apurou que as vítimas são Darley Fernandes de Carvalho, José Augusto, Lindemberg Nunes Pinho, Daniel Antunes e João Pedro Santos.
Outras 11 pessoas foram levadas ao hospital com sintomas de intoxicação por inalação de fumaça.
Os bombeiros chegaram na casa de recuperação para dependentes químicos às 2h50 (31/08). As equipes se depararam com uma grande quantidade de fumaça densa saindo do interior da edificação.
Chamas altas saiam pelo telhado. Após avaliação dos riscos, os militares adentraram a edificação e identificaram que o fogo se alastrava por diversos cômodos.
O combate foi iniciado utilizando linhas de mangueiras com espuma. Paralelo ao controle das chamas, foi realizada a retirada das vítimas.
Todas as vítimas receberam atendimento no local pelas unidades de resgate e, posteriormente, foram transportadas para os hospitais mais próximos da região.
Durante o rescaldo — etapa destinada à eliminação de focos remanescentes para evitar resignação — foram encontrados cinco corpos já sem vida no interior da edificação.
Onze pessoas foram atendidas com sintomas de intoxicação por inalação de fumaça, sendo elas:
- D.S., 24 anos;
- L.G., 21 anos;
- L.S., 21 anos;
- M.D., 28 anos;
- J.G.S.J., 30 anos;
- R.S., 44 anos;
- M.S., 24 anos;
- E.G.S., 33 anos;
- R.F.M., 33 anos;
- G.S.D.S.Q., 34 anos;
- R.Q., 55 anos.
Uma vítima, do sexo masculino, ainda não identificada foi transportada pelo SAMU. A Polícia Civil (PCDF) e a Defesa Civil foram acionadas. O local ficou aos cuidados da Polícia Militar (PMDF).
A Administração Regional do Paranoá informou à reportagem que não detém competência legal para conceder, de forma isolada, o alvará de funcionamento, nem para autorizar a operação definitiva de estabelecimentos. Ao órgão, cabe apenas o deferimento da viabilidade locacional, de forma que a continuidade do processo de autorização de funcionamento depende obrigatoriamente de vistorias e autorizações posteriores emitidas pelos demais órgãos competentes.
Segundo a administração, a licença de localização da casa de recuperação foi deferida na quinta-feira (28/8). No entanto, essa licença não equivale ao alvará de funcionamento, sendo tão somente a primeira fase do processo. Ou seja, não se trata de documento apto a autorizar a prestação de serviço que estava sendo realizada no local.
A administração lamentou o trágico incêndio. “Manifestamos nossa solidariedade às vítimas, familiares e a toda comunidade impactada pelo ocorrido, e nos colocamos à disposição dos órgãos competentes para colaborar no que estiver ao nosso alcance”, ressaltou, em nota enviada ao Metrópoles.
Após o incêndio, o Instituto Terapêutico Liberte-se divulgou uma nota na qual lamentou o caso e informou que está “em contato com as autoridades competentes”.
“Colocamo-nos inteiramente à disposição para colaborar com as investigações, fornecendo todas as informações necessárias para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e com a apuração rigorosa dos fatos”, afirmou.
Veja o vídeo do Metropoles