Segunda, 25 de Agosto de 2025
13°C 29°C
Brasília, DF
Publicidade

Negociações não rendem acordo para reajuste nas forças de segurança pública

Policiais civis do DF rejeitam contraproposta do governo federal à reivindicação de paridade salarial com federais

Samuel Barbosa
Por: Samuel Barbosa Fonte: Notícia Certa
24/08/2025 às 11h39
Negociações não rendem acordo para reajuste nas forças de segurança pública

Na manhã de ontem, cerca de 400 policiais se reuniram em frente ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) para prestar apoio à reunião que teve como pauta principal a discussão da paridade salarial entre agentes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e a Polícia Federal (PF). A proposta foi enviada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) ao governo federal em fevereiro deste ano. A diferença entre as duas categorias chegará a 26% em 2026. 

A igualdade salarial entre agentes das Polícias Civil e Federal foi descontinuada em dezembro de 2016. Segundo o sindicato, a isonomia entre as duas instituições nasceu com a própria criação da PF, que surgiu a partir do antigo Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP), do qual também fazia parte a Polícia Civil do DF. Assim, reajustes para qualquer categoria eram aplicados, também, na outra. "Fizemos a conta e a União possui verba para equiparar nossos salários (PCDF e PF)", comentou o diretor de Assuntos Sindicais do Sindicato dos Policias Civis (Sinpol-DF), Marlos Valle.

A reunião, que teve início às 10h, foi chefiada pela ministra Esther Dweck e contou com a participação dos presidentes do Sinpol-DF, Enoque Venâncio de Freitas, e do Sindicato dos Delegados de Polícia do Distrito Federal (Sindepo-DF), Cláudia Alcântara; do secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar; do deputado distrital Rafael Prudente (MDB); da deputada federal Erika Kokay (PT); da senadora Leila Barros (PTB-DF) e do secretário de Economia do DF, Daniel Izaias.

Frustração

Após três horas de reunião do Fórum de Negociação, a União apresentou uma contraproposta ao pedido dos policiais. O reajuste sugerido foi de 18% em duas parcelas: uma agora em setembro; a outra em abril de 2026. Essa medida causou insatisfação nos servidores. Ao Correio, policiais civis relataram frustração após a negativa.

Juliana Nunes, escrivã de polícia, faz parte da corporação há 25 anos. Ela contou que estava com boas expectativas pelo reajuste. "Estamos aguardando há muitos anos. Perdemos a paridade que era histórica", contou.

Enoque Venâncio, presidente do Sinpol-DF, conversou com a reportagem, e detalhou os próximos passos da organização. "De antemão, vou levar essa contraproposta para decidirmos em Assembleia na segunda-feira. Lutar pela restauração da paridade é lutar por justiça pelos nossos policiais", desabafou.

Para a presidente do Sindepo-DF, Cláudia Alcântara, a medida foi uma questão política. "Não esperávamos. Tecnicamente, ouvimos de todos, no Ministério, que estava ajustado. Agora, apresentaram outro percentual, isso nos faz perceber que não é uma questão técnica", afirmou.