Demitido do cargo de agente da Polícia Federal (PF), Ronaldo Massuia Silva está preso por matar uma pessoa e ferir outras três durante um desentendimento em um posto de combustíveis em Curitiba (PR). Entre 2014 e 2016, Massuia atuou no núcleo de agentes e delegados da PF responsáveis pelas ações da Operação Lava Jato, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propinas envolvendo a Petrobras e grandes empreiteiras.
Lotado na Superintendência da PF no Paraná, Massuia participou das ações relacionadas à Lava Jato, conduzida pela Justiça Federal naquele estado. Em 2015, teve seu nome citado na CPI da Petrobras, instaurada após a revelação do esquema de propinas investigado pela operação.
Massuia constava na lista de agentes e delegados que supostamente deveriam ser pressionados pelo delegado Mário Fanton, escolhido para apurar suspeitas de que esse grupo estaria colaborando com advogados de presos da Lava Jato na elaboração de dossiês com o objetivo de prejudicar as investigações.
O ex-agente foi aprovado em concurso da Polícia Federal em 2002 e concluiu o curso de formação na Academia Nacional de Polícia, em Brasília, no ano seguinte. A exoneração de Massuia foi assinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, com base no argumento de que o policial abusou de sua condição funcional, utilizou indevidamente arma da corporação e cometeu outras irregularidades. Antes de ser demitido, ele recebia salário de aproximadamente R$ 15 mil.
Em sua defesa, Massuia alegou estar “emocionalmente abalado” e ter sofrido um “surto psicótico” na época do crime. Ele tem 46 anos e é natural de Barueri, na Grande São Paulo. Em seu nome, constam imóveis no bairro Ahu, em Curitiba, em Alphaville Empresarial (Barueri) e na Barra Funda, em São Paulo.
Ronaldo Massuia disparou 15 tiros dentro da loja de conveniência de um posto de combustíveis em Curitiba, na madrugada do dia 2 de maio de 2022. O fotógrafo André Munir Fritoli, de 32 anos, que estava no local com a namorada, foi atingido por três disparos e morreu no local. Outras três pessoas ficaram feridas.
Massuia chegou ao local dirigindo um carro da Polícia Federal. Ele havia saído de uma festa, onde teria se envolvido em uma confusão com outro frequentador. Testemunhas relataram que o policial apresentava sinais de embriaguez e se dirigiu ao segurança do posto de forma agressiva.