O presidente do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), Daniel Lima, disse em entrevista à CNN nesta quinta-feira (20) que os reembolsos do Banco Master devem começar ainda neste ano. Após receber a lista de credores e valores a serem ressarcidos, os pagamentos começam em dois dias úteis.
“Não tem prazo específico para o liquidante mandar a lista. Mas se a gente olha para os últimos processos de pagamento, tomou entre 30 e 40 dias. A gente recebe essa lista e em dois dias úteis já está começando a fazer os pagamentos. A tendência é de que comece a pagar ainda neste ano”, disse.
Lima destacou que o início dos pagamentos depende também de os credores realizarem a solicitação da garantia. Neste momento, as pessoas e empresas já podem fazer um cadastro básico no aplicativo do FGC — e mais à frente já poderão pedir o resgate.
“O FGC fez trinta anos agora em novembro, e nesses trinta anos foram quarenta liquidações de bancos. E nestes quarenta bancos, todos receberam seu dinheiro de acordo com as regras do mecanismo. E vai dar tudo certo de novo”, disse.
Essa será a maior operação deste tipo na história. Nas contas do Fundo, as instituições liquidadas possuem base estimada de 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos elegíveis ao pagamento de garantia que somam aproximadamente R$ 41 bilhões.
Ainda de acordo com Lima, o caso do Banco Master não leva riscos ao mecanismo, já que a instituição não estava “altamente conectada” com outros bancos e que sua liquidação “não foi uma supresa”.
“Em termos de risco, não vamos precisar ter muita pressa com essa história. Não vemos um banco altamente conectado com outros bancos, nem uma surpresa. Quando acontece uma liquidação bancária e é uma surpresa, as pessoas podem ficar ansiosas e haver uma corrida bancária”, disse.
“Neste caso, é algo que já vinha sendo amplamente divulgado. Nossa análise de risco mostra que é um caso isolado, e temos tempo para discutir com a indústria, com os bancos, com o Banco Central a recomposição do patamar de liquidez ao longo do tempo”, disse.
Acontece que, segundo regras, o fundo precisa ter liquidez equivalente a 2,5% de depósitos elegíveis. No primeiro semestre, o fundo contava com R$ 122 bilhões e estava no patamar de 2,32%. Agora, cerca de R$ 41 bilhões serão utilizados no resgate do Master, o que leva a questionamentos sobre sua solidez.
Lima defende que o fundo segue robusto e, além disso, teria acesso a bolsos de liquidez e à antecipação de contribuição dos bancos caso haja necessidade de recomposição.
Etapas para pagamento da garantia