Política Eleições 2026
Ronaldo Fonseca confirma pré-candidatura ao GDF em 2026 e defende candidato próprio do PSD
Ex-ministro e ex-deputado federal por duas legislatura, aposta no fortalecimento do partido, critica polarização política e se apresenta como nome de diálogo
10/09/2025 21h30
Por: Redação Fonte: Agenda Capital

Por Delmo Menezes

O advogado Ronaldo Fonseca, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República e deputado federal por duas legislaturas, confirmou nesta quarta-feira (10/9), em entrevista ao programa CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília —, que é pré-candidato ao Governo do Distrito Federal nas eleições de 2026.
Fonseca disse já ter comunicado oficialmente sua intenção à executiva regional do PSD e ao presidente da legenda no DF, o ex-governador Paulo Octávio. Para ele, o partido vive um momento de expansão e precisa marcar presença na disputa majoritária.

“Coloquei meu nome à disposição do partido, como uma opção. Defendo que o PSD tenha uma candidatura própria. É o partido que mais cresce em Brasília e nosso presidente tem feito um trabalho fantástico de articulação com diversos setores, inclusive empresariais”, afirmou.

PSD fortalecido e disputa em aberto
Na avaliação de Fonseca, o PSD no Distrito Federal está mais robusto do que em anos anteriores, e por isso precisa se posicionar com protagonismo em 2026. Ele ressaltou que a definição do candidato não deve ser uma decisão individual, mas coletiva:
“Pode ser o Paulo Octávio, pode ser outro nome. Eu sou de grupo. Ninguém vence eleição sozinho. Não pode chegar dizendo ‘eu sou pré-candidato ao GDF’. Esse já começa perdendo”.

O ex-ministro acredita que a eleição ao Palácio do Buriti ainda reserva muitas reviravoltas. Segundo ele, quem apostava em uma disputa polarizada entre o PT e a atual governadora em exercício, Celina Leão (PP), pode se surpreender com novos movimentos.

Alianças e o peso dos nomes
Fonseca destacou que as alianças políticas para 2026 não devem ser analisadas apenas sob a ótica ideológica, mas sobretudo pela viabilidade dos nomes em disputa. Ele citou o exemplo de Geraldo Alckmin, ex-adversário histórico do PT, que hoje é vice-presidente na chapa de Lula.

“Uma eleição majoritária é construída com alianças. Aliança depende mais do nome do que do partido. Quem imaginaria, anos atrás, Alckmin como vice de Lula?”, pontuou.

Sem fechar portas, Fonseca sinalizou que o PSD pode dialogar tanto com setores da direita quanto da esquerda, desde que haja convergência programática e política.
Rodeado por caciques do PSD, Ronaldo Fonseca assina sua filiação ao partido. 

Crítica à polarização e defesa do diálogo
Um dos pontos centrais da entrevista foi a crítica à polarização política que, na visão dele, empobrece o debate público. Fonseca lembrou os episódios de violência envolvendo ex-presidentes e defendeu que o país vire essa página.

“Tivemos um presidente que levou facada e outro que foi ameaçado. Isso precisa acabar. O Brasil está perdendo qualidade na discussão política. Não dá mais para conviver com essa polarização absurda”, avaliou.

Ele citou lideranças como Michel Temer, Gilberto Kassab e o governador Ibaneis Rocha como exemplos de políticos capazes de construir pontes e abrir canais de diálogo. Fonseca também reforçou que não fará críticas pessoais ao atual governo do DF, destacando sua disposição em manter uma postura conciliadora.

Debate sobre anistia e democracia
Ao comentar sobre o debate em torno de uma eventual Anistia relacionada aos atos de 8 de janeiro, Fonseca afirmou que o tema deve ser tratado no Congresso Nacional, mesmo que divida opiniões.
“Eu defendo que toda proposta tem que ter o direito de ser debatida no Congresso. Goste ou não goste. É assim que se constrói a democracia. Quem tiver mais votos, ganha”, disse.

Segundo ele, a possibilidade de uma anistia não deve ser descartada apenas por pressão política. Para Fonseca, o momento exige maturidade institucional e respeito às regras do jogo democrático.

Análise
A entrevista de Ronaldo Fonseca sinaliza que o PSD pretende entrar com força na disputa pelo Governo do DF em 2026. Ao se apresentar como pré-candidato, Fonseca coloca seu nome no tabuleiro político, mas sem se impor de forma isolada, reforçando a imagem de político de grupo e articulador.

Sua estratégia é clara: apresentar-se como uma alternativa moderada em meio à polarização, defendendo pontes políticas e alianças amplas. Esse posicionamento pode atrair eleitores cansados da disputa entre direita e esquerda, mas também carrega o desafio de se firmar como nome competitivo em um cenário ainda dominado por lideranças tradicionais como Celina Leão, o PT e figuras da base governista.

Fonseca aposta no crescimento do PSD e na articulação de Paulo Octávio para se consolidar. Sua defesa de diálogo, somada à experiência política como deputado e ministro, pode lhe render espaço. Entretanto, o desafio será transformar essa narrativa conciliadora em projeto viável, capaz de galvanizar apoios em uma eleição que promete ser fragmentada e marcada por surpresas.

Da Redação do Agenda Capital