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“Estamos vivendo a mãe de todos testes de estresse”, diz Thomas Friedman

Para o escritor, o próximo debate será sobre até que ponto as pessoas vão permitir que governos interfiram em questões médicas, em nome da retomada economia

07/04/2020 às 19h45
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Thomas Friedman, escritor: as mortes por desespero serão maiores do que as mortes por coronavírus se não encontrarmos uma forma de solucionar o problema diminuindo os riscos (Sean Zanni / Colaborador/Getty Images)
Thomas Friedman, escritor: as mortes por desespero serão maiores do que as mortes por coronavírus se não encontrarmos uma forma de solucionar o problema diminuindo os riscos (Sean Zanni / Colaborador/Getty Images)

Ganhador de três prêmios Pulitzer, o jornalista Thomas Friedman escreveu recentemente, em um artigo no jornal The New York Times, que a cura do coronavírus pode ser pior do que a doença. Ele se referia à recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de fazer isolamento social para conter o avanço da pandemia mundo afora. Segundo o escritor, os efeitos econômicos da medida podem ser catastróficos. De fato, dia após dia, casas de análises e bancos revisam para baixo o produto interno bruto dos países. “Estamos vivendo a mãe de todas os testes de estresse”, afirma o escritor, em transmissão pela internet à Exame Academy, mediada pelo controlador do BTG Pactual, André Esteves. O BTG é controlador da EXAME. “É muito diferente do que vimos nos últimos anos na crise financeira de 2008.”

Para o escritor, é necessário que haja uma unidade nacional para que, no momento que puder liberar parte das pessoas do isolamento, não haja uma “mini crise”, porque o vírus vai continuar “lá fora”. “No momento, está todo mundo ajudando os vizinhos, sendo legais. Mas, nas próximas semanas, as pessoas vão ver a vasta destruição às empresas, poupanças e aposentadorias. Nesse momento, vamos ter tensão social”, afirma.

Outro debate será até que ponto as pessoas vão permitir que os governos interfiram em questões privadas médicas. “Como aconteceu depois do 11 de setembro [no ataque às torres gêmeas], as pessoas vão querer saber se ao lado delas no avião está uma pessoa que tem ou teve coronavírus. Pode ser que tenhamos que abrir mão de alguns direitos para garantir a volta da economia.” Para ele, será necessário uma enorme base de dados para poder determinar os próximos passos. “A mãe natureza não abre às 9h30, funciona o tempo todo, diferentemente dos mercados. Trata-se apenas de química, física e biologia. Mas não brinque com a mãe natureza. Podemos desbancar nazistas e comunistas, mas a mãe natureza não tem piedade”, afirma. “Nunca tivemos um inimigo como esse vírus.”

Não é por um acaso que, nesta terça-feira, o banco francês BNP Paribas estimou uma queda mais drástica na atividade do Brasil. Até então, a instituição previa uma retração de 1% e agora projeta um recuo de 4% em 2020. Ontem, o espanhol Santander já havia anunciado que estima uma contração de 2,2% do PIB, ante 1% de queda previsto anteriormente. “As mortes por desespero serão maiores do que as mortes por coronavírus se não encontrarmos uma forma de solucionar o problema diminuindo os riscos.”

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